Em 1908 ocorreram importantes fatos para a ferrovia pois foi a primeira distribuição de dividendos através do aumento do capital em 1.000 contos aprovado na assembléia geral de 18 de agosto de 1908.

Neste exercício também emitiu debêntures no valor de 4.000 contos com a finalidade de quitar a divida que existia para com a Companhia Edificadora do Rio que deixou, então, de ser a principal acionista. Estas debêntures teriam juros de 8% a.a. e este lançamento desalienou os bens que estavam bloqueados desde a compra das ações por parte da Companhia Edificadora do Rio.

Ainda neste fértil período, foi concedida a autorização para a construção do trecho até São José do Rio Preto pelo então Presidente do Estado Sr. M. J. Albuquerque Lins em 8 de maio de 1908. Em 24 de dezembro deste mesmo ano recebeu a autorização para prolongar suas linhas até Jataí com zona de 20 km e isenção de impostos de importação, porém este projeto nunca se realizou.

Foi dada também uma concessão para a construção de um ramal de Santa Josepha até Ibitinga (decreto 1.663 de 15 de Setembro de 1908) conforme estudos do Engenheiro Olavo Hummel.

Foi adquirida mais uma locomotiva de passageiros de nº 9 da Cia. Paulista do tipo "Mastodon’ (4-8-0) que curiosamente foi a que mais rodou durante um só mês (durante 1908), 6.828 quilômetros em novembro de 1908.

A frota de vagões estava sendo aumentada pois estavam sendo montados 30 vagões importados dos EUA e também foram construídas mais 6 gôndolas nas oficinas.

Infelizmente 1908 chegou ao fim pois a partir de 1909 a história da EFA iria mudar radicalmente,

A Administração dos Novos Acionistas

Em 16 de maio de 1909 houve uma Assembléia e foi eleita uma nova diretoria pois um grupo havia comprado 9.040 ações (o capital nesta época era formado por 15.000 ações) que foram distribuídas da seguinte forma: Dr. Luiz Peixeira Leite 3.272 ações, Dr. Ignácio de Mendonça Uchôa 3.000 ações, e João Duarte Júnior 2.768 ações. O ex-presidente Carlos Baptista de Magalhães ficou com 75,5 ações.

Foi efetivado no cargo de Presidente da estrada o Sr. Álvaro de Menezes.

Numa assembléia de 11 de novembro de 1911 foi autorizada a tomada de um empréstimo externo junto a PREDK. BENSON & Co. no valor de £ 600.000 com garantia dos bens da estrada com carência de 5 anos com juros de 1/2% a.a. e de 6% a.a. terminada a carência. Estes recursos eram captados principalmente na França onde os investidores compravam debêntures da EFA que era conhecida na Europa por Comp. des Chemins de Fer du Nord de S. Paulo.

Consta também um outro empréstimo tomado junto aos banqueiros Beherene & Scehe de Hamburgo no valor de £ 1.200.000, porém nada consta deste empréstimo no relatório do exercício de 1909.

Com todos estes recursos foram compradas 3 locomotivas novas sendo uma para passageiros da Cia. Leopoldina (NQ 10)’ e 2 novas da Baldwin (NQ 11 e 12) tipo "Consolidation" (2-8-0) e construídas 7 gôndolas e 2 gaiolas para transporte de animais.

A estrada estava nesta ocasião com 12 locomotivas, 13 carros de passageiros, 67 vagões cobertos, 34 vagões abertos e 4 gaiolas.

Os melhoramentos conseguidos pela nova administração levaram os trilhos até São José do Rio Preto em 9 de junho de 1912, além do ramal de Silvânia até Tabatinga para o entroncamento com a Estrada de Ferro do Dourado.

As 9 novas estações do novo trecho não foram suficientes para gerar renda que pudesse fazer frente aos compromissos assumidos, além disto a administração que parecia ser arrojada era na verdade uma grande farsa que levou a EFA e suas ligadas Estrada de Ferro do Dourado e a Estrada de Ferro São Paulo — Goyaz a falência num dos processos mais comentados da época como poderemos ver a seguir.


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