Para completar a instalação dos trilhos até Rio Preto, o que se deu em 9 de junho de 1912, o grupo de engenheiros lançou mão de dois vultuosos empréstimos em bancos europeus. A realização desse projeto iria custar caro para a companhia. Em 1914 a Companhia foi à falência. Junto com ela, também faliram as estradas de ferro São Paulo-Goiás e a do Dourado, que também haviam sido adquiridas pelo mesmo grupo de engenheiros.

Os credores, numa tentativa de ressarcimento dos seus prejuízos, administraram — do modo que podiam - por dois anos a Companhia. Assim mesmo, a administração deles conseguiu um grande feito: terminar o ramal até Tabatinga.

No dia 7 de fevereiro de 1916, tendo o Juiz das Falências (antiga 2ª Vara Comercial de São Paulo) aceito a proposta de São Paulo Northern Railroad Company em adquirir o acervo da massa falida da Companhia Estrada de Ferro Araraquara, a ferrovia muda novamente de mão e passa a denominar-se The São Paulo Northern Railroad Company.

O aparecimento da dominação estrangeira na companhia teria ocorrido em razão de transações realizadas pelos credores da estrada, principalmente os bancos europeus que haviam concedido empréstimo.

Sob a administração da firma estrangeira — que declarava sua sede em Delaware, nos Estados Unidos, e tinha na presidência um francês de nome Paulo Deleuse — ocorreria a pior fase da Estrada de Ferro Araraquara em toda a sua história. Nos três anos que durou, nada se construiu, nada se renovou e nem foi conservado o material que existia: a estrada somente foi sugada, segundo expressão dos jornais de época, com todas as suas rendas canalizadas para Niterói, onde a firma norte—americana estabelecera a sua sede no Brasil.

Com os empregados descontentes em virtude de atrasos nos pagamentos e a população irritada pela péssima prestação de serviço, a consequência, inevitável, foi encampação da ferrovia pelo governo do Estado, no dia 1º de novembro de 1919.

Sob a administração do Estado e com a denominação definitiva de Estrada de Ferro Araraquara, a ferrovia retomaria o caminho da prosperidade.

A partir de 1920, quando a região araraquarense passa ocupar o segundo lugar na produção cafeeira do Estado, inicia a Estrada da de Ferro Araraquara notável expansão. O material é melhorado e os trilhos avançam além de São José do Rio Preto até às margens do Rio Paraná, na fronteira com Mato Grosso, numa extensão de 432 quilômetros.

Em 1967, pelo decreto nº 46.028, a estrada passou a ser administrada pela Companhia Paulista, em 31-12-70, transformou-se em empresa de economia mista e, em 1971, por outro ato estadual, a Estrada da de Ferro Araraquara incorporou-se definitivamente à FEPASA.


Voltar

| 1 | 2 |